Como tornar seu comércio acessível para pessoas com deficiência visual
- julho 15, 2019
- Por Serrana Filetti
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Existem cerca de 6,5 milhões de pessoas cegas e com baixa visão no Brasil, de acordo com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) de 2010. Por descaso ou falta de informação, esse público
consumidor nem sempre é contemplado pelas empresas e pelos comércios. Você já
se questionou se a sua loja atende bem essas pessoas? Nesse artigo, vou te dar
algumas dicas de como tornar seu comércio acessível para pessoas com
deficiência visual.
Quer conferir tudo comigo? Então, acompanhe a leitura!
Livre-se dos preconceitos
Pode ser que você nem se dê conta, mas se você teve nenhum
ou pouco contato com pessoas com deficiência, há uma grande chance de você
carregar pensamentos equivocados sobre essa parcela da população. Quando
receber esse público no seu comércio, lembre-se de que antes da condição
física, aquele indivíduo é um ser humano. Ele possui sonhos, desejos, qualidades e defeitos. Portanto,
trate-o como um consumidor que precisa de um atendimento de qualidade com
algumas especificidades.
Treine os colaboradores
Os funcionários da sua loja ou estabelecimento precisam
passar por um treinamento para atender o público com deficiência visual de forma correta. Cada estabelecimento possui
uma especificidade, mas o fundamental é entender que pessoas com deficiência
visual se utilizam de outros sentidos para avaliar um produto, entre eles o
tato, a audição e o olfato.
Atrativos visuais também são importantes, e, por isso, devem
ser descritos pelo atendente Pessoas cegas podem precisar de uma informação
mais detalhada sobre o produto, como a descrição de uma roupa, por exemplo. As
pessoas com baixa visão, por sua vez, possuem uma acuidade visual maior e podem
ter necessidade de se aproximar dos produtos e de auxílio para ler rótulos e etiquetas.
Para conduzir uma pessoa cega, deixe-a segurar em seu braço.
Nunca a puxe por alguma parte do corpo e nem a coloque na sua frente. Fique
tranquilo para usar verbos como ver, assistir, olhar e enxergar. Para mostrar
aspectos de algum produto, deixe-a tatear por conta própria e só intervenha se
a pessoa solicitar. Para explicar direções e endereços, diga “a sua esquerda”,
“a sua direita” “para frente” e “para trás”. Nunca use referências vagas, como
para lá, para cá, perto ou longe.
Na dúvida sobre como se dirigir ou como ajudar, pergunte
diretamente à pessoa com deficiência visual e não ao acompanhante. Ela sabe e
pode responder por conta própria.
Permita a entrada de cão-guia
O cão-guia, assim como a bengala, é um instrumento muito
importante para a independência e autonomia da pessoa cega. Ele recebe um
treinamento rigoroso e responde a comandos específicos. Por lei, a entrada do
animal é permitida em todos os tipos de estabelecimentos, seja ele público ou
privado, incluindo farmácias, lojas, padarias e restaurantes.
Ele é um cão de trabalho, mas também tem seu momento de
lazer. No entanto, quando ele está guiando a pessoa cega, não o toque nem o
distraia, a não ser que o dono permita. Eu sei, eles são uma fofura, mas como
ele está trabalhando, uma simples distração pode colocar a pessoa cega em
risco.
Use o desenho universal
O desenho universal é um conceito que leva em consideração o
desenvolvimento de produtos, ambientes, programas e serviços para todas as
pessoas, sem e com deficiência, sem necessidade de adaptação ou projetos
específicos. Mas atenção: isso não exclui os recursos de acessibilidade.
Viu como é fácil tornar seu comércio acessível para pessoas
com deficiência visual? Agora que você já leu o nosso artigo, pesquise a
legislação federal e da sua cidade para saber quais são as normas de
acessibilidade a serem seguidas. Pessoas cegas, por exemplo, necessitam de
materiais acessíveis, como cardápios em braille ou em formato digital. Outra
boa prática, principalmente em lojas de roupa, é fornecer etiquetas das roupas
com a cor da peça e o tamanho em Braille.
Gostou do nosso artigo? Continue com a gente em nosso blog e
confira mais dicas para você empreender!
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Este artigo é uma colaboração do amigo jornalista Gustavo Torniero. Ele é profissional de comunicação e ativista com forte presença digital, principalmente no Twitter.
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